Qual ouro é realmente puro?

O ouro puro, também conhecido como ouro fino, ou ouro de 24 quilates, denomina o metal com o símbolo químico Au no estado puro, ou seja, quando não forma liga com outros metais.

No entanto, ouro fino na terminologia oficial, ou no sentido adotado por bancos federais e por ourives, refere-se ao ouro refinado a 99,5%, que se desvia significativamente da definição de pureza. Portanto, a pureza passa a ser um dado relativo que não indica uma realidade física.

Quilate X Milésimo

A realidade é que, se dissermos que um lingote é feito de ouro de 24 quilates, não poderemos afirmar que tem um título de 1000/1000 e sim 999/1000, ou 999 milésimos. E isso ainda faz uma grande diferença, porque se usarmos o quilate para avaliar a massa de ouro contida no lingote, dizemos que é ouro puro. Ao passo que, se usarmos o milésimo, dizemos que apenas 999 partes desse mesmo lingote são ouro fino e uma parte é outro metal.

Embora superficialmente essa pequena distinção pareça fazer pouca diferença no valor de um ouro, é muito importante para o Federal Reserve, um banco ou um corretor que compra ou revende grandes volumes de ouro. Porque se um milésimo de cada lingote não é ouro, descobrimos com este sistema de medição que a cada mil lingotes, um lingote desaparece. Ou descobrimos que para cada 1000 barras de ouro reais, uma barra de chumbo ou algum outro material entrou no lote.

Ouro puro não existe ou não?

A inexistência de ouro puro seria, portanto, uma realidade objetiva? Hoje, os métodos de purificação desse metal precioso tornaram possível atingir graus de pureza que, se não são realmente de pureza absoluta, são realmente muito próximos.

O processo denominado Wohlwill refina ouro para atingir pureza recorde de 99,999%, ou 999,99/1000. O ouro obtido neste processo é denominado “ouro 5-9”. No entanto, esse método é difícil de implementar, pois além de ter a desvantagem de ser longo e caro, exige uma grande quantidade de ouro para ser implementado.

Por isso o refino dos lingotes é feito na maioria das vezes devido por outro processo químico, denominado processo Miller, que permite atingir uma pureza de 99,5%, o que constitui o mínimo necessário para produzir um lingote de “boa entrega”.

O ouro 24 quilates quase nunca é usado em joias

E isso é facilmente explicado: como o ouro puro é maleável, joias, moedas ou objetos que foram feitos sem serem combinados com outros metais seriam deformados com facilidade.

Até hoje, as únicas joias feitas em ouro de 24 quilates são joias que não se destinavam ao uso na vida cotidiana, mas faziam parte de rituais religiosos complexos, onde a pureza do metal amarelo desempenhava um papel importante.

As folhas de ouro produzidas hoje também são projetadas em ligas. Ao obtermos graus de pureza de até 980 milésimos, os 20 milésimos de prata, cobre ou paládio são usados ​​para dar-lhes uma resistência ligeiramente superior, bem como cores diferentes.

O ouro 24 quilates é, em última análise, muito pouco utilizado por ourives e joalheiros. Relaciona-se mais com o armazenamento do metal precioso em lingotes, que, por razões práticas, precisa ser realizado no estado puro, do que com o seu uso propriamente dito.

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